segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sobre compaixão...


Certa vez, um homem, amante da natureza, como muitos de nós, em meio a trilhas e descobertas, se depara com uma cena única: Uma borboleta se esforçando para sair de seu casulo.
Ele ficou ali, sentou e observou por algumas horas... O esforço dela para passar pelo pequeno buraco do casulo era intenso... Mas, passado um tempo, o esforço se cessou, e ela aparentemente desistiu de tentar...
Tocado por sua compaixão por aquele pequeno ser, o homem tenta ajudá-lo. Pega uma tesoura, e corta o casulo... A borboleta saiu com facilidade... Mas seu corpo estava murcho e as asas amassadas... Ele esperava vê-la, a qualquer momento, sair abrindo as asas, que dariam sustentação ao seu pequeno corpo...
Mas sua curta vida se resumiu a seguir rastejando sobre as patas com um corpo mal desenvolvido. Nunca pode voar.
O que o homem, na sua gentileza, não compreendeu, era que o casulo apertado e o esforço para sair dele, eram as formas que Deus havia criado para que o fluido do corpo se dirigisse às suas asas para que se desenvolvessem, e que estivesse pronta para quando saísse do casulo .
O esforço que precede a conquista é necessário. A nova situação exige uma postura que depende da reação à dificuldade...
Às vezes, o que se nos mostra como compaixão, pode ser uma interferência no curso do outro. Um curso necessário, para a evolução. A pessoa escolhe o caminho, seus espólios,mas também suas pedras e tropeços.
Por mais que saibamos como chegar, ou por onde ir, não podemos tomá-la pela mão e levá-la até o ponto que achamos certo ou seguro. Se nos fosse permitido encarar a vida sem obstáculos, a terminaríamos aleijados e mal desenvolvidos. Não seríamos tão fortes como poderíamos ter sido.
Não poderíamos voar.
Uma citação bem manjada, nas minhas palavras, mesmo:
"Pedimos força, recebemos dificuldades para nos tornarmos fortes. Pedimos sabedoria, recebemos problemas para resolver. Pedimos coragem, e recebemos obstáculos para superar. Pedimos amos, recebemos pessoas com problemas para ajudar. Pedimos favores, recebemos oportunidades. Não recebemos o que pedimos, mas o que precisávamos."

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